quinta-feira, 23 de maio de 2013

O dia em que Harry encontrou Eugenia



O sujeito mostrado na primeira fotografia que abre este post foi registrado como "Harry Leon Crawford" na imagem 234 do arquivo policial de Nova Gales do Sul, Austrália. Veste um terno surrado, usa gravata e tem expressão compungida. A foto foi feita pouco depois de sua detenção, em 5 de julho de 1920, e o policial que registrou sua entrada na delegacia anotou sobre sua cabeça o número de registro e um nome: "E. Falleni". Leiam até o final pra entender este intrincado enigma.
No momento de sua prisão, Harry Crawford trabalhava em um hotel de Stanmore no serviço de limpeza e estava casado com Elizabeth King Allison. Harry foi preso sob a acusação de ter assassinado a sua esposa anterior, Annie Birkett, desparecida três anos antes depois de dizer a um familiar que tinha descoberto algo surpreendente sobre Harry.

Para justificar seu desaparecimento, o detento disse a seus vizinhos que ela tinha fugido com o encanador. O filho de Birkett, de um casamento anterior acusou Harry quando deu queixa do sumiço da mãe, cujo corpo foi encontrado em 1917 em um lugar chamado Lane Cove. As provas demonstravam que Crawford tinha levado a sua esposa até um lugar ermo e ali espancou-a até deixá-la inconsciente. Depois queimou o corpo e se desfez dele.

A imagem mostrada acima está no 
mesmo arquivo da polícia de Nova Gales do Sul e foi realizada dias depois da mostrada no início deste artigo. A protagonista da fotografia é Eugenia Falleni, uma mulher de origem italiana que havia chegado a Austrália no final do século XIX. O arquivo policial indica que no dia em que foi presa, acusada de assassinato, entrou vestida como um homem sob a identidade de Harry Crawford.

A primeira coisa que 
pediu foi que a levassem até as celas das mulheres e que não contassem a verdade para sua esposa. Depois confessou que havia se passado por um homem durante as duas décadas anteriores. Durante aquele tempo conseguiu enganar todo mundo e se casou duas vezes. O arquivo policial também diz que, ao conhecer a verdade, sua segunda mulher assegurou:
- "Sempre me perguntei por que era tão terrivelmente tímido".
A história de Eugenia Falleni se tornou bastante popular há alguns anos na Austrália e inclusive escreveu-se uma biografia sobre ela. A história daquela imigrante italiana é ainda mais rocambolesca: começou a disfarçar-se de homem para conseguir trabalho como marinheiro nos barcos do Pacífico. Depois decidiu seguir com a farsa, ainda que pelo caminho teve uma filha que entregou a um casal ao qual explicou que a mãe tinha morrido.

Em 1912, sob a identidade de Harry Crawford, conheceu à viúva Annie Birkett que enganou para se casar anos depois. No dia que descobriu a verdade, Falleni assassinou a mulher e tentou fazer o mesmo com o filho, ao que pretendia atirar em um precipício.

Algumas fontes asseguram que o disfarce era tão perfeito que entre os pertences com os quais entrou na prisão, em uma mala, tinha um objeto de madeira e borracha em forma de pênis que utilizava pára dissimular.

O julgamento foi realizado em 1920 e Falleni foi condenada a morte pelo delito de assassinato, ainda que sua pena foi trocada posteriormente por prisão perpétua. Saiu da prisão de Long Bay em fevereiro de 1931 sob a identidade de Jean Ford e viveu incógnito até que em 1938 um acidente lhe custou a vida. (Fonte:Metamorfose Digital)

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